sábado, 4 de junho de 2011

Movimentações de Carreira

Na teoria sobre carreiras a chamada movimentação de carreira, os movimentos possíveis ou dimensões possíveis dentro de uma organização, é definitivamente um tema muito interessante de abordar, já que permite destrinçar o que faz correr os Sammy’s deste mundo (inveja, frustrações, despeito, deslealdade ou o valor supremo, o dinheiro?). São elas os movimentos horizontais, os movimentos verticais e os movimentos internos. Movimentarmo-nos horizontalmente significa polivalência e rotação de posto de trabalho. Exigem como descrito em (Sousa, Duarte, Sanches, & Gomes, 2006, p. 165), alterações de conteúdo e processo de trabalho, normalmente adstritas a complexidade de tarefas e competências necessárias. 

Em algumas sociedades, possivelmente com elevadores sociais avariados, estes movimentos não devem ser muito bem queridos, já que exigem normalmente esforço de adaptabilidade e dificuldade de tarefa. Não querendo ser “evil” estou a lembrar-me dos trabalhadores de cabine da TAP, a quem não se exige grande adaptabilidade com a diminuição dos profissionais de cabine em 1 elemento, o que exigiria obviamente alteração da rapidez de processos (é interessante verificar como em Portugal o pedido de aumento de intensidade de esforço é, normalmente, contra argumentado com as muito atemorizantes questões de segurança). Os movimentos verticais são por sua vez muito queridos (embora não os supremos, como veremos) já que implicam uma progressão (desejavelmente universal e sem avaliação) e permitem transformar o humilde e injustiçado trabalhador num, normalmente, estupor - sem - coração - autocrático - hierárquico. Os movimentos internos são, estes sim, a degustação suprema. Assentes em processos informais de obtenção de influência e poder referido por Sousa e al., são as movimentações de carreira mais benquistas de sociedades com pouca espinha dorsal, muito conservadoras e hierarquizadas. 

Pertencer ao núcleo de poder e influência da organização, compara bem com as últimas notícias de uma sociedade onde 20 administradores botam assinatura em 1000 administrações de organizações. A movimentação nestas sociedades assume, assim, um novo movimento de teletransporte ou de transliteração celular atomizado: a da movimentação com o poder da ubiquidade!

O (s) Conceito (s) de Carreira

Dado o diferente significado que o conceito de carreira pode revestir, 1) Carreira como sequência de trabalhos/funções ao longo da vida, história ou percurso profissional do indivíduo 2) Carreira como sequência de experiências profissionais onde sobressaem aspirações, concepções e atitudes 3) Carreira como Desenvolvimento Profissional através de sequência de promoções em contextos de trabalho diversificados 4) Carreira como ocupação profissional, traduzida num conjunto de movimentos ascendentes, fica claro que a assumpção de um deles aparentemente decorre da própria experiência e do contexto em que seja utilizado. Para alguém que nunca teve um percurso muito linear, antes diversificado por sectores, organizações e trabalho individualizado, fruto de formações diversificadas e de desafios múltiplos, o conceito de carreira centra-se e parece ser mais satisfeito como história profissional. É curioso como este conceito afasta-se um pouco do conceito de carreira (do carreirista) daquele que traça (ou traçava nos tempos do emprego para a vida), ou antecipa à partida (do seu longo percurso profissional), um percurso certinho até ao topo onde, a espaços, degraus têm de ser ultrapassados. 

Obviamente que o conceito de carreira como sequência histórica, como sequência de trabalhos/funções ao longo da vida (Sousa, Duarte, Sanches, & Gomes, 2006) parece colar bem na perspectiva de quem sente o conceito como ocupação profissional, sendo que este último conceito parece ser usado em ambiente menos pessoal e centrado no eu. O que é à primeira vista indubitável é que a Carreira, como desenvolvimento profissional, parece ser o conceito mais assumido no mundo global, volátil e pouco comprometido de agora.

Os Estádios de Carreira de Schein

A abordagem plasmada em (Sousa, Duarte, Sanches, & Gomes, 2006, p. 162) com base nos estádios de carreira de Schein, permite identificar criticamente o nosso enquadramento, como se estivéssemos a nos confrontar com o nosso próprio ciclo de vida profissional (ia dizendo produto, mas contive-me). A teoria de estádios de carreiras desenvolve-se da primeira (e muito inchada) fase da exploração, onde normalmente parecemos querer encaixar com pouco sentido crítico (e afirmarmo-nos) nos saberes adquiridos mas ainda não saboreados, à fase do estabelecimento, a tal do início da procura do primeiro emprego, à fase do desenvolvimento onde ocorrem, normalmente, as tais situações de transferência, promoções e outras desilusões. A fase seguinte de maturação, que tanto na vida como na carreira profissional é uma fase onde começam a sobressair a relativização e a demonstração de resultados do percurso de vida, onde se multiplicam os papéis de mentoring e/ou coaching e onde se assume o prazer satisfeito da transmissão do conhecimento tácito e explícito adquirido nos vales e desfiladeiros da vida. Last but not the least (pelo menos para culturas que aproveitam a sapiência do “homem terminal”) a chamada fase de declínio, aqui sim fase de balanço e fase de mudança de papéis com a reforma à vista.

Limites ao Poder de Mercado: Os Reguladores


Ouve uma mensagem que me bateu forte pela “sonoridade” do seu conteúdo num programa de Prós e Contras.  A afirmação da estupefacção de empresário (s) de raiz Germânica, perante descontos de mais de 20% oferecidos pelos exportadores do Sul. Para esses empresários Tedescos, descontos dessa dimensão e monta só podiam configurar falta de rigor e honradez nos negócios. Lembro-me, também, como em importações efectuadas de países do Norte como a Holanda, um empresário do país das Tulipas “olhou telefonicamente” para mim, zangado pelo meu pedido de não assacamento ao importador dos custos que fazia, ao tostão, da embalagem. A insustentável dureza do “dixit” das contas Nortenhas jogava, na inversa da insustentável leveza das negociações Sulistas. 

Vem este rigor nos comportamentos e nos valores do Sul, ou falta deles, a um espécie de despropósito - propósito da bondade da regulação, como forma aparentemente justificadora da presença de reguladores gerais ou sectoriais da concorrência, não fosse a possibilidade sempre presente cultural da “captura do regulador”. E é esta aparente captura construtora de valores certos, envolvente de um ambiente de sistémica suspeição, que nos adorna a certeza que os limites ao poder de mercado se quedam nesses argumentos: 1) pessoas que trabalham para o regulador são tantas vezes recrutadas em empresas reguladas; 2) agências de orçamentos limitados confrontadas com empresas reguladas alicerçadas quantas vezes em estudos, pareceres e associações que sugerem preços “de mercado” (a autoridade da concorrência penalizou recentemente uma associação empresarial, de baixo impacto, por concertação/sugestão; 3) a opção aberta dos reguladores que têm a ambição de vir a ser regulados. 

É bem certo que a juventude da importância da política da concorrência em Portugal ainda não compara com a vetustez da lei Sherman e Clayton, mas será a cultura do regulador Nortenho igual à do seu homólogo do Sul?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Externalidades e Bens Públicos


Um dos aspectos mais doloroso das economias é a não percepção pela população - como lembra (Neves:2001: 81) - que a dívida pública significa apenas adiamento de impostos (ou utilização não maximizada dos recursos escassos), que se pagarão em excesso - já que os juros vêm por acréscimo. É bem certo que o endividamento do Estado quer seja por via interna ou externa, exige reflexão cuidada na despesa efectuada (independentemente de ser corrente ou de capital) e o cuidado posto num qualquer investimento privado. É também certo que a intervenção do Estado só se justifica, se a despesa efectuada tiver uma assumpção de investimento em sentido lato. Investir numa estrada trás benefícios futuros para os agentes económicos, se eles se movimentarem melhor criando valor ou externalidades para os criadores de riqueza. Mas investir em pensões de sobrevivência, no que é aparentemente mera despesa, também deve ser visto como "um investimento" (embora formalmente não o seja), já que permite a integração dessa pessoa na sociedade tornando-a de alguma forma útil para a sociedade. Investir em duplicação de estradas ou tentar encontrar custos benefícios “martelados” (ou putativas externalidades, sejam elas económicas ou ambientais) num qualquer TGV (que por exemplo em Espanha só começou a dar lucros este ano passados 20) é que não parece correcto face ao endividamento que cria, aos recursos que tira à economia e aos impostos que gera no presente e futuro (não só pelo investimento fixo como pelo fluxo variável futuro) presumivelmente não capaz de ser tapado por receitas futuras, gerando novos fluxos negativos. 

César das Neves mete também a mão na ferida dos dois conflitos básicos, a eficiência - equidade e o desenvolvimento - estabilidade. Eficiência – equidade que é vista, por uns e outros, como a motivação para mais trabalho e produção versus a assumpção do “à sombra da bananeira”. Problema recorrente em Portugal, na resposta à pergunta qual a proporção e o equilíbrio que permite a uma sociedade que se desenvolva com alguma igualdade. O problema da "bondade" da destruição criativa (outra vaca sagrada do Portugal laico) parece ter raiz numa sociedade que vive ainda do “Fado” e do Sebastianismo do Terceiro Império. Destruir empresas não é necessariamente negativo, pode ser sinal de dores de parto, para que uma nova criança possa nascer. De outro modo “a criança” poderá ficar engasgada em factores recursivos impeditivos do nascimento de uma criança mais robusta. 

O problema das indemnizações aos recursos humanos, hoje na mesa da política de emprego, é bem significativo deste conflito desenvolvimento - estabilidade. Amordaçar as empresas em indemnizações milionárias é não permitir o seu renascimento criativo e deixá-las sufocar até à inviabilização total. O problema da medida estará, no entanto, na falta de criatividade para encontrar uma solução que dê algum conforto aos verdadeiramente visados por estas medidas: os incapazes “de se renovarem” numa nova economia (e ao "olho gordo" do governo num novo fundo - novo imposto? - duplicado indemnizatório). E é essa a verdadeira função regulatória do Estado. Não a de querer ser “pá e picareta” da economia, mas funcionar na exacta medida de um criador de externalidades positivas (só) e no amparo dos "que ficarem para trás"!

Erasmus e Globalização Económica

Quem conhece o Erasmus sabe que este programa terá efeitos significativos no futuro Europeu, com a criação de uma maior consciência do espaço e real sentido de pertença. Outras políticas começam também agora a ser delineadas no referente à criação de maior mobilidade do factor trabalho, resultado indirecto da globalização. Movimentar bens, capitais e ideias sem criar verdadeira mobilidade de trabalho e de recursos humanos é criar ineficiências e constrangimentos aos benefícios dos espaços agregados.

A intramobilidade desses espaços a nível da mobilidade laboral, sendo característica de áreas económicas óptimas, funciona como verdadeira válvula de escape da polaridade. Estou a lembrar-me até como os pais fundadores desta União invectivarão os seus descendentes por não perceberem (ou não terem coragem política) que uma meia construção da Europa, se serviu os interesses da criação paulatina deste projecto, é hoje (mais a mais com a globalização) fautor de animosidade e perigo real para a sua continuação. O medo da Federalização pode ter como contraponto a ira pela percepção da desigualdade e da divergência de um projecto com um edifício meio acabado (quase ninguém em Portugal percebe políticas fiscais diferenciadas em taxas com a Espanha como exemplo).
Aspecto fundamental é, também, o da flexibilidade laboral. Num momento de suicidas greves da CP e de anúncio da Tap (e da sua sustentabilidade) é perceptível como a rigidez destas políticas tem actuado contra os próprios interesses do emprego e dos putativos acedentes a ele. A não implementação da flexisegurança como modelo que permitiria respostas rápidas e flexíveis das empresas concomitantemente com a salvaguarda da ética laboral, é um minus da resposta Europeia à globalização, que não se pode quedar por uma imitação de um liberalismo anárquico do mercado laboral.

O Modelo Europeu e a Globalização

O recurso "The impact of Globalisation in Europe" faz ressaltar uma evidência real: a globalização não deve ser um papão para alguns, espécie de rastilho e detonador da implosão de um modelo que "governa" a Europa há já muito tempo. A Globalização é o que é, um processo irreversível, no fundo o alargamento e a assumpção (em termos económicos) do tal espaço económico livre mundial com que brindava Pareto nos seus melhores sonhos. Do recurso que fiz referência ressaltam as palavras mobilidade, competição, movimento (bens, factores de produção, tecnologias, valores e ideias). Ressalta também uma mais eficiente alocação dos recursos, a flexibilidade da mão-de-obra, o maior nível de inovação, baixos preços, médio prazo, curto prazo, custos sociais, alto desemprego, desigualdade e a frase mais lapidar: «a chave é como aproveitar os benefícios da globalização enquanto se mitigam os custos».

Ou seja, há aqui consequências de curto e médio prazo, movimentos desequilibradores e reformuladores do status actual. É fácil de ver, assim, que a Globalização trás custos e benefícios, repartidos por povos e espaços, custos e benefícios diluídos, no entanto, nos prazos. E uma enorme alteração da relação de bem-estar entre espaços geográficos, mais até que entre povos, dado a miscigenação propiciada pela ainda tímida (porque ferozmente regulada nalguns espaços) mas crescente migração dos povos. A questão que se coloca, da Globalização e a Europa, é a questão da acomodação do ritmo da mudança da (s) Europa (s) face já não tanto ao fenómeno Global (a universalidade e inevitabilidade desta nuvem, já devia ter feito perceber que o actual fenómeno é cada vez mais o localismo puro e duro e não o globalismo) mas à mudança local. O elemento flexibilização já há muito devia ter sido uma preocupação de todos os Estados da UE.

Ligado à globalização há, no entanto, outros problemas que não podem ser escamoteados e que são do domínio do Global: a sustentabilidade do modelo de consumo, que não pode obviamente imitar o modelo Europeu de abastança e de desperdício, sob pena de ser a própria sustentabilidade planetária que está em causa. Nessa medida, o próprio modelo Europeu (ou pelo menos de alguns países Europeus) terá de ser avaliado, não podendo ser clonado. É curioso, que são os países que mais se têm preocupado com questões de sustentabilidade ambiental e de consumo (caso dos países Nórdicos), que demonstram maior resiliência aos custos da globalização, mesmo se foram obrigados a "shrinkar e adaptar os seus modelos de protecção social": e isso chama-se adaptabilidade e flexibilidade rápida à alteração propiciada pela Globalização.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A Alemanha, a Globalização e a União Europeia

Um dos aspectos que muitos colocam hoje na agenda imediata é o desinteresse aparente da Alemanha no processo Europeu, dado ter galopado de forma positiva o processo da globalização. Há quem pense que, agora que a Alemanha enche contentores com Mercedes e BMW's para as dezenas ou centenas de milhar de novas fortunas a Oriente, ou através de indicadores como o da construção da nova fábrica da BMW no Brasil e outras, ou mesmo através da venda dos Airbus, ou da sua vocação histórica para a construção de máquinas ferramentas, a Alemanha desinteressou-se da Europa da periferia.

Em globalização, cidadania e identidades um dos nossos autores preferidos foi Boaventura Sousa Santos. BSS é um dos defensores da contraglobalização, de um movimento que pensa a globalização como não inevitabilidade (pelo menos nos seus aspectos mais negativos). BSS fala muito de globalismos localizados e de localismos globalizados e do receio pela perda da multiculturalidade, globalismos que implicitamente contém em si o germe do empobrecimento das periferias - por via da canibalização dos localismos pelos globalismos. Há correntes também da sociologia moderna que pensam a globalização como movimentos do capitalismo para as margens... das margens. Para essas correntes o capitalismo Alemão teria se globalizado à procura de melhores margens de lucro, margens já perdidas aquando da maturação do processo Europeu.

Há, no entanto, um senão no argumento do desinteresse da Alemanha nas periferias e na UE. É que, apesar da globalização que põe em causa o denominado modelo Europeu, o comércio da Alemanha com os países da União ainda representa 60% das suas exportações. Não seria assim do interesse da Alemanha afastar-se da Europa que lhe consome os produtos, o mesmo não podendo já nós dizer do seu interesse por um Euro fraco, dissemelhante da sua moeda do coração (o marco), que enfraquece a Sul e na periferia?

A Europa e a Globalização

No seguimento de um interessante debate televisivo sobre o futuro da Europa e do Euro num mundo globalizado, num momento em que se começa a questionar a hipótese de saída de países periféricos da Eurolândia (e já não só pelos Eurocépticos), num momento em que a dialéctica BCE, Comissão Europeia e o próprio Bundesbank como reflector do constructo do Euro (o Euro construído à imagem e ao serviço do modelo Marco Alemão) estão em diálogo azedo pelas medidas sequentes pós falhanço do resgate Grego (a que seguirá a restruturação da dívida Grega, o perdão de parte da dívida, a dilatação dos pagamentos e/ou o aligeiramento das taxas), neste momento coloca-se a questão: está a Europa pós globalização fora do prazo? Terão os países periféricos de abandonar a zona Euro, a bem de uma hipotética manutenção de um Euro à imagem do marco Alemão e da sua própria solvabilidade? O que falhou no processo Europeu e na criação da moeda única Europeia? Características próprias dos povos, grandes diferenças estruturais, o edifício da moeda única, a percepção dos povos que um processo de integração e mais ainda de integração monetária era um processo de ganhos sem perdas?

Por outro lado é de relembrar como já se colocava a hipótese e a consideração de choques assimétricos por efeito da globalização e das assimetrias soberanas aquando da criação da moeda única. É verdade que a construção do Euro foi mal delineada (no possível?), com falha de instrumentos comuns próprios que traziam o cheiro da federalização, nunca assumindo os países do centrão Europeu que a construção de uma zona monetária comum obriga à percepção (não só das suas elites políticas mas também das suas opiniões públicas) que em jogo deixaram de estar soberanias e passaram a estar espaços regionais. E que os países periféricos, pouco dados a critérios rígidos de autocontrolo dos seus deficits, não teriam essa capacidade de ajustamentos rápidos a desvios pronunciados, devido eventualmente a taxas de juros historicamente baixas e a uma espécie de ilusão monetária do sem limite ao endividamento. Espaços regionais numa zona monetária comum significam, por outro lado, políticas regionais e assumpção de ajuda contínua e ajustadora dos países (regiões) mais fortes e polarizadoras para países (ou regiões) mais fracos. Mais fracos seja por responsabilidade própria de incapacidade de ajustamento, seja por gaps estruturais passados não devidamente sanados por via de ajudas estruturais, seja pela assumpção geográfica.

Na história Europeia países como a França assistiram, no seu espaço geográfico, a grandes desajustamentos regionais e grandes fenómenos de concentração geográfica. Para obviar a esses fenómenos de centralização e concentração, muitos programas regionais foram adoptados como a criação de zonas regionais de atracção, criação de tecnópolos,... como formas de evitar o fenómeno polarizador que empobrece partes do todo. Para o centrão Europeu não há pois aparentemente justificação para o desconhecimento que a criação de uma zona comum, onde se iriam encontrar países polarizadores e polarizados, obrigaria a uma construção de uma política regional e estrutural forte, já que a polarização será uma constante na história da construção deste espaço regional Europeu (sendo que o que está em causa é saber se esse fenómeno de polarização e de sobreganhos para o Centrão Europeu por via de ganhos de comércio não "obriga" a apoio das regiões polarizadas, numa soma positiva de ganhos para todos). Há quem culpe a falta de visão dos políticos pós- Kohl, mas também há quem nos aerópagos Europeus se aperceba que o mundo mudou (por efeito da ameaça percepcionada pela opinião pública Europeia, por via da explosão concorrencial perpetrada pela globalização) e com ela a própria vontade integradora da opinião pública Europeia: voltámos ao cerrar de fileiras dos medos e egoísmos nacionais!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Reflexão Sobre a Vanguarda Europeia


Relativamente à exposição do artigo de Jason, a resposta ao entendimento da forma como a Europa tem respondido aos desafios intrínsecos à interacção UE - Globalização, questionam-nos se não havia alternativa mais válida ou se a própria validade, já descambou para o campo da opção ideológica. É que parece ser inevitável não haver outra resposta à Globalização, senão através desta aparente rendição a um modelo que a Europa gostaria aparentemente pouco de adoptar. Deveria a Europa exigir (no âmbito do comércio Internacional) igualdade de tratamento que afastasse o Dumping Social, ou os sinais dos tempos aconselham contenção (mesmo com penalização dos termos de troca) e uma espécie de Pax Romana que leve à integração desses novos BRIC's? Afinal o realismo da RealPolitik Alemã não estará também na resposta de um primeiro óptimo de Pareto - da tendência para o Comércio livre Mundial - mesmo com o sacrifício dos elos fracos dos elementos constantes do segundo óptimo de Pareto, o Espaço Regional Europeu?

Será que o próximo passo da Europa será a Federalização, como resposta à Globalização, ou a a própria Globalização torna a cooperação reforçada Europeia e o tendencial processo de Federalização despiciendo e pouco atractivo para o Directório?»

A Vanguarda Europeia: Pontes Universais

O artigo de Jason Saving do Economic Letter, “Integração e globalização: a vanguarda Europeia”, embora datado de 2006 (e alguma água tenha passado debaixo das pontes da integração Europeia), faz uma clara apreciação daquilo que já desde essa altura se afigurava como as escolhas em confronto, concluindo: “o desafio da globalização é um facto para todas as entidades económicas em todos os continentes…”.

Já vimos como um mercado comum trás benefícios para os seus integrantes (na senda de um segundo óptimo de Pareto), mesmo que esses benefícios possam ser levados a imparidades entre os seus membros, mais a mais quando o círculo de integração é incompleto ou “vive” de políticas laborais diferenciadas ou de políticas fiscais desiguais. A mobilidade dos bens, trabalho e capital - que já se encontram na integração económica dos espaços regionais - maior exposição significam às pressões económicas globais. Obviamente que quanto mais integrado economicamente o mundo está, mais essas diferenças significam incentivos à mobilidade de capitais. Do mesmo modo que o vento é gerado das altas para as baixas pressões, também o capital se move dos Estados ou espaços de alta taxação para os de baixa taxação, dos espaços de grande rigidez económica para os de maior liberdade económica. A tendência para o equilíbrio que, por exemplo, é gerada a nível dos movimentos de capitais não tem, no entanto, a mesma resposta e equivalência (por restrições impostas a grande parte dos movimentos pendulares migratórios) relativamente à mobilidade do trabalho. O gráfico de confronto da competitividade que Saving neste artigo expõe permite concluir (com dados até 2006), pela superioridade competitiva dos Estados Unidos face aos países da UE. Factores como tamanho das governanças dos países, regulação de crédito, trabalho e negócios entre outros “regulam” a competitividade dos países e espaços.

Se até aos anos 80 nada disto parecia fazer desequilibrar a performance económica em confronto, o factor globalização foi o detonador do desequilíbrio (pressupondo uma Europa futura mais pobre, a repartir nas anteriores margens partes substanciais do seu produto), com o que trás de liberalização e incentivos a políticas económicas baseadas num modelo mais competitivo e free market. O modelo económico Europeu e o seu modelo social fazem com que a Europa se depare actualmente com duas alternativas distintas, parecendo a sua opção ser talhada e imposta pelo Centrão Europeu (locomotiva Alemã e carruagem de primeira Francesa ou Directório): a opção integração de mercados mais livres e liberalizados, versus a manutenção do modelo de altas taxas e mercados de trabalho regulados. Face à prevalência de altas taxas de desemprego e baixas taxas de crescimento o Directório já parece ter escolhido a opção, bem plasmada no memorando de entendimento da EU e FMI/Portugal, Grécia e Irlanda.

As 6 Características do Conhecimento

Indissociáveis na menção do conhecimento são as suas características: a subjectividade, a transferibilidade, a sedimentação, o reforço próprio, a perecibilidade e a espontaneidade. A subjectividade dado a interpretação do conhecimento ser subjectiva e dependente do conhecimento anterior que cada pessoa tem - e do seu contexto. Todos nós temos conhecimentos não totalmente estandardizados e holísticos. A transferibilidade "diz" que o conhecimento pode ser extraído de um contexto e aplicado em contexto diferenciado. A sedimentação parece limitar a característica anterior, dado a estaticidade e enraizamento do conhecimento não permitir fácil transferência ou reformulação - antes, talvez, uma evolução na continuidade. 

Outra das características mais interessantes do conhecimento é o reforço de si próprio. Ao partilharmos o conhecimento ele não perde valor, pelo menos na nossa percepção de sequestro e de valoração do nosso próprio eu - valor através do conhecimento. Antes pelo contrário, partilhar valor, distribuí-lo, acrescenta valor (através de novos pontos de vista e novas conjugações). Indubitável é que com o passar do tempo a desactualização é um aparente irredutível, sobretudo para as organizações, volatilidade imprevisível sem tempo de duração, conhecimento sem prazo de validade - pelo menos na sua forma atomista original. Por fim a característica da espontaneidade. A "incontrolabilidade", o desenvolvimento do conhecimento muito por efeito da tal partilha que acrescenta. Querer parar o processo do conhecimento só eventualmente num mundo com Adão sem Eva ou vice-versa e mesmo nesse poderia sempre auto sustentar-se no aforismo Grego do conhece-te a ti mesmo.

terça-feira, 31 de maio de 2011

5 Postulados - Reflexões sobre Estratégia

  • Uma empresa será bem sucedida se escolher uma distintiva (diferente dos competidores) posição estratégica.
  • Quando se monta estratégias inovadoras, o objectivo deve ser gerar tantas ideias estratégicas quantas possíveis, de modo a pudermos dar ao luxo da escolha.  A menos que façamos uma aproximação holística ao desenhar as actividades da nossa empresa, os nossos esforços serão contraproducentes.
  • Uma empresa deve criar primeiro o ambiente apropriado que promova e suporte a estratégia escolhida.
  • Se as condições do negócio obrigarem a uma mudança de direcção estratégica, o contexto interno da organização deve mudar (este quase postulado é demonstrativo de como uma sociedade como a nossa se tem afundado na decadência).
  • A inovação estratégica pode "pegar" em empresas de terceira categoria e elevá-las à liderança do sector ou indústria; e pode "pegar" em indústrias líderes estabilizadas e  destruí-las.

Mais Lean Management

Uma outra definição do Lean diz do mesmo que é a optimização dos processos de trabalho encontrando modos de fazer mais com menor esforço, minimizando o esforço humano, tempo e espaço, trabalhando mais inteligentemente.

O primeiro princípio como já vimos em intervenção anterior é o foco no cliente. Quem são os clientes e quais as suas necessidades? O segundo identificar os processos de trabalho criadores de valor. O posicionamento de um produto ou serviço na cadeia de valor, o seu ciclo de vida e a proporção de produção total verdadeiramente produtiva. O terceiro princípio a identificação das actividades que criam valor removendo as de desperdício. Tempos de espera, actividades desnecessárias e processos mal desenhados. O quarto princípio tem a ver com o atrair os outputs e não os empurrar. Na organização Lean o cliente é que determina o que se deve produzir e quando. O quinto princípio é sobre a melhoria contínua do processo produtivo. O Lean não é uma actividade isolada mas um processo contínuo que deve ter sempre foco nas melhorias organizacionais. Mensurar as métricas de funcionários e clientes monitorando a melhoria contínua.

Resumindo, chegamos novamente à conclusão da primeira intervenção: o Lean visa encontrar o modo mais inteligente (e obviamente mais eficiente) de fazer a empresa fluir.

Lean Management: Ferramenta Estratégica

O texto de (Thompson, Strickland III, & Gamble, 2007, p. 571) fala de um dos mais populares programas de gestão para a melhoria da competitividade, o Lean Management, programa que em consonância com o Six Sigma, criou um novo sistema combinado apelidado de Lean Sigma.
Na sua essência o que a filosofia de gestão Lean Management promove é a preservação do valor com menos trabalho. Baseada no sistema TPS (Toyota Production System) berço creditado do na hora (Just in time), elemento chave da produção lean (enxuta), em contraste com o tradicional conceito de sistema de produção “Batch and Queue” (sistema de produção alicerçado em altos volumes de produção, grande dimensão de lotes e longos tempos de espera entre operações), baseado no princípio das economias de escala que assumiam os pequenos lotes como pouco económicos. Um dos aspectos mais típicos deste sistema era a baixa qualidade, dado que os defeitos só eram detectados em operações subsequentes ou em produtos acabados.
Pelo contrário, o Lean enfatiza a pequena quantidade, ou mesmo em última instância, uma produção/fluxo de peças únicas, sendo que a filosofia aplica o make - to - order, ou produção face ao pedido cliente. A conversão da ordem cliente em produto acabado é, assim, um modelo de ordem directa personalizando cada unidade às especificações cliente (exemplo na indústria automóvel da cor da viatura e dos diferentes e diversos equipamentos ao gosto cliente). Um dos objectivos é, assim, a eliminação dos desperdícios. Outro elemento caracterizador, a redução da variabilidade de cada oportunidade, incluindo a da procura, a da produção e a do fornecimento. As práticas de gestão de qualidade enfatizam o conceito de controlo de qualidade zero.

Os Sete Maus Hábitos do Insucesso Executivo: o Nº 1

O Hábito nº 1 é o mau hábito dos CEO's ou executivos se verem a si próprios e às suas empresas como dominando o ambiente.
É o mais insidioso, já que é altamente indesejável para o futuro próximo da empresa. Deve uma empresa dominar o ambiente de negócio, formatar o futuro dos seus mercados e marcar o ritmo com ele? Sim, mas há um senão. Ao contrário de líderes de sucesso, os líderes falhados ao nunca questionarem a sua posição dominante, falharam ao não perceber que estão à mercê das circunstâncias de mudança. Sobrestimaram a extensão do que actualmente controlam e subestimaram o papel da mudança e das circunstâncias no seu sucesso. 

Os executivos presos desta convicção sofrem de ilusão de proeminência pessoal: como alguns realizadores da sétima arte, vêem-se a si próprios como os autores das suas empresas. No que lhes diz respeito todos os outros, na empresa, estão nela para executar a sua visão pessoal empresarial. Este mau hábito de insucesso executivo parece estar, também, até nos executivos governamentais da grande corporação Estatal, que se vêem a si como os donos dos países que têm a infelicidade de os ter como líderes cheios de si e incontestados.  

O líder que sofra desta forma pouco saudável de proeminência pessoal, tende a acreditar ser a sua empresa indispensável para os seus fornecedores e clientes. Em vez de tentar satisfazer as necessidades clientes, os executivos que julgam gerir empresas proeminentes agem como se os seus clientes fossem sortudos. Da lista de insolvências está o cemitério empresarial cheio!  

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Conceito de Empresa Bonsai: Foi Você que Investiu numa Empresa Bonsai?

«Como já deve ser do conhecimento do leitor, a palavra "bonsai" identifica uma técnica japonesa utilizada para inibir o crescimento de determinadas plantas cultivadas em vasos. Mas o que indicaria a expressão "empresa bonsai"?
Para explicar esta expressão, sirvo-me da triste história apresentada a seguir: Faz algum tempo, fui convidado por Renata, herdeira de uma empresa metalúrgica, para um almoço. Nos conhecemos há cerca de uns sete anos, quando ela solicitou uma proposta para aperfeiçoamento da estrutura organizacional desta empresa, acreditando que seria a coordenadora deste trabalho.
A proposta foi apresentada primeiramente a ela e, depois, para seu pai que, apesar dos seus vários pedidos de esclarecimento e das várias promessas de pensar a respeito do assunto, nunca permitiu que os trabalhos previstos na proposta fossem realizados. Sem dúvida ela ficou frustrada. Ao longo do tempo, outras sugestões suas foram desprezadas. Mas o que a levou a desistir de actuar com seu pai, foi ouvi-lo dizer que a ela faltava "intuição para o negócio".
Durante o almoço, Renata comentou a situação da empresa que ela herdara com a morte de seu pai: poucos e antigos clientes cheios de privilégios, equipamentos e processos arcaicos, empregados acomodados e desfasados; aspectos que juntos só se sustentavam porque todos os bens da empresa e os particulares de seu pai estavam comprometidos com bancos. Portanto, não lhe restava (segundo o seu entendimento) nenhuma alternativa senão fechar a empresa e ficar conhecida na cidade, como aquela que não teve competência para dar continuidade a um empreendimento que o pai havia preservado durante mais de quarenta anos.
Buscando um meio para explicar-lhe o ocorrido naquela empresa de tal forma que ela percebesse não adiantar se sentir culpada nem acreditar que haveria outra saída, recorri a uma comparação entre sua empresa e um bonsai.
Seu pai havia cuidado daquela metalúrgica durante muito tempo como se fosse uma destas arvorezinhas mantidas em pequenos vasos, que servem somente como ornamento. O orgulho do patriarca era participar das reuniões do grupo de empresários da cidade, do qual era um dos fundadores, podendo sempre afirmar que não devia nada a fornecedores, não tinha nenhum processo contra sua empresa na justiça trabalhista, nem deixava de cumprir seus compromissos junto aos seus clientes.
Ou seja, a sua empresa-bonsai tinha folhas verdes, seu tronco era firme e livre de pragas, suas raízes ocupavam todo o espaço do pequeno vaso onde estava aprisionada, sendo permanentemente cortadas pelo empresário que não a desejava maior do que aquilo que ele era capaz de dominar e controlar. Portanto, nutria a empresa com o suficiente para continuar viva, mas não lhe dava a menor chance de se desenvolver. Assim, ele e sua empresa permaneciam isolados sem agredir e sem serem agredidos. Impedindo que a filha participasse efetivamente do mundo dos negócios, mantinha alguns traços vitais qual um paciente em coma mantido vivo com a ajuda de aparelhos. Porém, não tinha vitalidade.
A árvorezinha não dava sombra para abrigar processos saudáveis, capazes de fornecer frutos generosos e disputados pelos clientes, pois de tanto ser podada se via na total impossibilidade de conquistar outros atributos e, acanhadamente, se contentava com a longevidade.
Agindo desta maneira, o patriarca somente preservou seu orgulho. Este foi seu único património. A dor e a vergonha de Renata são somente parte do preço pago para manter a frágil imagem de empresa saudável dirigida por um empresário autoritário e centralizador. Para Renata, não restou alternativa senão fechar a empresa, enfrentar a opinião pública com serenidade, perdoar seu pai e prosseguir na sua carreira.» Escrito Por: Sebastião de Almeida Júnior

Esta peça de Sebastião Júnior  é ilustrativa e explicativa do conceito de empresa Bonsai, num tempo em que mais do que perspectivar empresas é necessário prospectivá-las -  não as escondendo do mercado.

Como os sapatinhos apertados das gueixas, a empresa Bonsai faz parte de um tempo em que o tempo era tempo de uma vida, tempo de oferta e mercado protegido. Conceito de empresa protegida e fechada aos stakeholders que mais interessam, os clientes, sem futuro à vista,  espécie de museu vivo/morto do seu dono, indefesa num mundo de globalização e de rápida mudança de paradigma estratégico.

Num tempo em que costumizar para criar clientela é preciso, a empresa Bonsai parece saída de um museu de Cera, de um passado que já não se coaduna com o contínuo actual de mudança e incerteza.

O Sucesso do Fracasso

Em muitas sociedades o sucesso material é visto como um must social e um modo de elevação social, ao contrário do fracasso que estigmatiza e envergonha. 

O sucesso do fracasso é, no entanto, algo adquirido no mundo do empreendedorismo, já que as derrotas são essenciais para inovar e empreender – e não há que nos envergonharmos delas. 

Infelizmente em sociedades, como a Portuguesa, o falhanço do empreendedorismo está ainda nalgumas camadas populacionais muito ligado a questões mais de atavismo ancestral, a uma cultura anti patronal, anti empresarial (que confunde patrão com empresário) e a um paternalismo decadente - hoje muito ligado a constrangimentos  normativos Estatais e à insegurança pessoal e familiar colocada sem rede para o empreendedorismo. Sem este último desligamento entre arrojo e empreendedorismo com segurança, muitas putativas iniciativas ficarão para sempre inscritas no livro dos sonhos, da perturbação e dos delírios, mesmo se provenientes de mentes muitas vezes brilhantes e inovativas.

Deslocalizações de Empresas da UE

«A  BMW estuda a possibilidade de instalar uma fábrica na região sul, mais precisamente no Rio Grande do Sul – que disputa o investimento com outros cinco Estados brasileiro. Ciente das intenções da BMW em ter uma unidade na América do Sul, o próprio governador gaúcho tomou a iniciativa de convidar Dornbusch para o encontro e, assim, colocar o Rio Grande do Sul entre os candidatos. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia são os outros Estados que lutam por receber o investimento. »
Esta notícia em revista Brasileira indica um estranho paradoxo da vontade real de resolução da crise Europeia. Enquanto o Sul Europeu e o Euro se afundam com a falta de solidariedade própria de um espaço económico, a Europa industrial do Norte continua a se deslocalizar para locais geográficos de crescimento potencial, não optando pelas periferias do seu próprio espaço. 
A atracção do investimento estrangeiro é, assim, feita cada vez mais pela criação de grandes espaços sustentáveis de desenvolvimento e consumo, pelo que espaços de uniões aduaneiras que não assentem no crescimento da produtividade e consumo estão votados a uma espiral de decadência e abandono.