terça-feira, 3 de maio de 2011

Investigação em gestão: a Escolha do Tema

Na elaboração de um projecto de investigação deparamo - nos logo com uma dificuldade maior: a escolha do tema. Escolha do tema que se debate no cumprimento de algumas boas regras, entre elas algum domínio prévio da temática que permita discernir problemas[1] mas, acima de tudo, a “superveniência” de algo inovador, seja na abordagem, seja na problematização ou na confirmação. Uma das certezas que temos na elaboração de uma tese de investigação é que independentemente das regras de boas práticas na investigação, a recursividade e os avanços e recuos, farão indubitavelmente parte de qualquer processo de investigação.

Sekaran, autor de Métodos e Técnicas de Investigação em Gestão,  diz logo na abertura do seu manual que a investigação em Gestão (Sekaran & Bougie, 2009, p. 4) deve ser primariamente conduzida para resolver problemas sejam eles na área da contabilidade, das finanças, da gestão tout court ou no marketing.

Começa por ser curioso que de todas elas, as mais centradas e focadas num dado problema, parecem ser as de maior resolubilidade, onde a resiliência à investigação parece mais simplificada. É extremamente curioso, também, como a emergência de problemas de investigação nascem “como cogumelos” dificultando a opção de escolha numa espécie de existencialismo investigatório e como os interesses holísticos de um qualquer putativo gestor “faz-tudo” facilmente se sobrepõem à investigação de gestão aplicada pura.

O quadro 1 da página 4 de (Sekaran & Bougie, 2009) com a sua discriminação de algumas áreas de investigação em gestão, é um exemplo de como a escolha da temática é despertada muitas vezes por um glance instantâneo, inconsciente e inesperado. Com base no quadro de Sekaran seria interessante, por exemplo, cruzar os interesses por áreas manifestados por putativos investigadores, com a sua formação base, no sentido da verificação ou não da influência da formação nas escolhas investigatórias operadas. O sentido desse interesse, por seu lado, poderia nos levar à conclusão de dimensões de hábitos de aprendizagem e por aí adiante.

[1] O chamado equipamento adicional básico dos fenómenos.

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