sexta-feira, 29 de abril de 2011

O que é que o Gestor necessita de saber de Economia de Empresa e Porquê?



Quando César das Neves afirma, na senda até de grandes sociólogos como Talcott Parsons que começaram como economistas, que não há fenómenos eminentemente económicos, ou sociológicos, ou químicos, mas apenas formas e formas económicas de olhar para a realidade, abre a porta a este brainstorm colectivo de "o que é que o gestor necessita de saber sobre economia de empresa?". 

Postulado da racionalidade e do equilíbrio, racionalidade dos agentes e sistemas equilibrados levam à história do autocarro, forma arguta e divertida de César das Neves demonstrar estes princípios e a sua consequente teorização. A afirmação de Marshall estabelece, entretanto, que as excepções confirmam as regras, ao afirmar que "as leis da economia devem ser comparadas com as leis das marés... sendo tão variadas e incertas que a melhor afirmação de tendências... deve ser inexacta e defeituosa". 

Afirmação recente num debate de ideias com o meu conhecido da bloga conselheiro V.B., que postulava a baixa inexorável dos salários como uma inevitabilidade da positividade da ciência económica, confirmam a afirmação de tendências, esquecendo-se entretanto do valor normativo das leis económicas. As leis económicas desprovidas de ética e ordenadas pela mão invisível do Sr. Smith, estabelecem, assim, os limites onde o gestor se vai mover. Limites esses que não são apenas e sempre fruto da racionalidade dos homens mas também do que César das Neves chama de “incentivos distorcidos.” Como cada um dos agentes racionais se preocupa racionalmente com a sua posição singular num misto de enfrentamento dos problemas através da tradição, autoridade, mercado, cabe por fim ao Estado a competência - ética? - de regular e influir na política a que chamamos de económica. 

E é a partir daqui que penso que podemos começar o nosso debate: que incentivos existentes no mercado… que economia de empresa deve o gestor conhecer para não naufragar “o barco empresarial” nas leis das marés que o fustigam e podem afundar? "Faites nos jeux!".

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