quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Vanguarda Europeia: Pontes Universais

O artigo de Jason Saving do Economic Letter, “Integração e globalização: a vanguarda Europeia”, embora datado de 2006 (e alguma água tenha passado debaixo das pontes da integração Europeia), faz uma clara apreciação daquilo que já desde essa altura se afigurava como as escolhas em confronto, concluindo: “o desafio da globalização é um facto para todas as entidades económicas em todos os continentes…”.

Já vimos como um mercado comum trás benefícios para os seus integrantes (na senda de um segundo óptimo de Pareto), mesmo que esses benefícios possam ser levados a imparidades entre os seus membros, mais a mais quando o círculo de integração é incompleto ou “vive” de políticas laborais diferenciadas ou de políticas fiscais desiguais. A mobilidade dos bens, trabalho e capital - que já se encontram na integração económica dos espaços regionais - maior exposição significam às pressões económicas globais. Obviamente que quanto mais integrado economicamente o mundo está, mais essas diferenças significam incentivos à mobilidade de capitais. Do mesmo modo que o vento é gerado das altas para as baixas pressões, também o capital se move dos Estados ou espaços de alta taxação para os de baixa taxação, dos espaços de grande rigidez económica para os de maior liberdade económica. A tendência para o equilíbrio que, por exemplo, é gerada a nível dos movimentos de capitais não tem, no entanto, a mesma resposta e equivalência (por restrições impostas a grande parte dos movimentos pendulares migratórios) relativamente à mobilidade do trabalho. O gráfico de confronto da competitividade que Saving neste artigo expõe permite concluir (com dados até 2006), pela superioridade competitiva dos Estados Unidos face aos países da UE. Factores como tamanho das governanças dos países, regulação de crédito, trabalho e negócios entre outros “regulam” a competitividade dos países e espaços.

Se até aos anos 80 nada disto parecia fazer desequilibrar a performance económica em confronto, o factor globalização foi o detonador do desequilíbrio (pressupondo uma Europa futura mais pobre, a repartir nas anteriores margens partes substanciais do seu produto), com o que trás de liberalização e incentivos a políticas económicas baseadas num modelo mais competitivo e free market. O modelo económico Europeu e o seu modelo social fazem com que a Europa se depare actualmente com duas alternativas distintas, parecendo a sua opção ser talhada e imposta pelo Centrão Europeu (locomotiva Alemã e carruagem de primeira Francesa ou Directório): a opção integração de mercados mais livres e liberalizados, versus a manutenção do modelo de altas taxas e mercados de trabalho regulados. Face à prevalência de altas taxas de desemprego e baixas taxas de crescimento o Directório já parece ter escolhido a opção, bem plasmada no memorando de entendimento da EU e FMI/Portugal, Grécia e Irlanda.

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