sábado, 4 de junho de 2011

Movimentações de Carreira

Na teoria sobre carreiras a chamada movimentação de carreira, os movimentos possíveis ou dimensões possíveis dentro de uma organização, é definitivamente um tema muito interessante de abordar, já que permite destrinçar o que faz correr os Sammy’s deste mundo (inveja, frustrações, despeito, deslealdade ou o valor supremo, o dinheiro?). São elas os movimentos horizontais, os movimentos verticais e os movimentos internos. Movimentarmo-nos horizontalmente significa polivalência e rotação de posto de trabalho. Exigem como descrito em (Sousa, Duarte, Sanches, & Gomes, 2006, p. 165), alterações de conteúdo e processo de trabalho, normalmente adstritas a complexidade de tarefas e competências necessárias. 

Em algumas sociedades, possivelmente com elevadores sociais avariados, estes movimentos não devem ser muito bem queridos, já que exigem normalmente esforço de adaptabilidade e dificuldade de tarefa. Não querendo ser “evil” estou a lembrar-me dos trabalhadores de cabine da TAP, a quem não se exige grande adaptabilidade com a diminuição dos profissionais de cabine em 1 elemento, o que exigiria obviamente alteração da rapidez de processos (é interessante verificar como em Portugal o pedido de aumento de intensidade de esforço é, normalmente, contra argumentado com as muito atemorizantes questões de segurança). Os movimentos verticais são por sua vez muito queridos (embora não os supremos, como veremos) já que implicam uma progressão (desejavelmente universal e sem avaliação) e permitem transformar o humilde e injustiçado trabalhador num, normalmente, estupor - sem - coração - autocrático - hierárquico. Os movimentos internos são, estes sim, a degustação suprema. Assentes em processos informais de obtenção de influência e poder referido por Sousa e al., são as movimentações de carreira mais benquistas de sociedades com pouca espinha dorsal, muito conservadoras e hierarquizadas. 

Pertencer ao núcleo de poder e influência da organização, compara bem com as últimas notícias de uma sociedade onde 20 administradores botam assinatura em 1000 administrações de organizações. A movimentação nestas sociedades assume, assim, um novo movimento de teletransporte ou de transliteração celular atomizado: a da movimentação com o poder da ubiquidade!

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